As últimas eleições
para o governo do Estado do Rio Grande do Norte demonstraram claramente o
desejo de mudanças que o povo potiguar exigia. Estas mudanças não se aplicam
apenas às áreas da saúde, educação e segurança pública, mas também às políticas
públicas de cultura.
Dois são os espaços físicos administrados pelo Governo Estadual no que concerne
à área da cultura em Caicó: a Casa de Cultura Popular Sobrado do Padre Guerra e
o Centro Cultural Adjuto Dias.
A Casa de Cultura tem se mantido aberta nos últimos anos por conta da abnegação
dos artistas locais. Os repasses para sua manutenção são pífios, a
infraestrutura é vergonhosa e o Governo do estado não viabilizou efetivamente
condições para uma gestão eficiente deste espaço.
A Casa de Cultura se
mantém aberta e apresentando resultados positivos porque os artistas ocuparam
este espaço e fizeram dele o seu local de criação. Além disso, o diretor da
Casa de Cultura, mesmo sem o devido apoio institucional, sempre esteve aberto
aos artistas e colocou a Casa de Cultura como um local de produção artística
para todos.
O mesmo não pode ser dito do Centro Cultural Adjuto Dias. Depois de permanecer
fechado para reformas desde 2009, o mesmo foi reinaugurado em 11 de abril de
2014 e o que vimos foram gestões catastróficas a partir daí.
As administrações do Centro Cultural não entenderam que aquele espaço é
público, ou seja, deve servir para as demandas culturais da sociedade e não ser
administrado como se fosse um bem privado. A partir do momento em que um
cidadão ocupa um cargo público deve ter como norma a impessoalidade que é
característica do serviço público. Marcar e desmarcar pautas conforme seus
interesses é no mínimo um acinte ao bom senso.
As administrações do Centro Cultural não entenderam que ser um gestor de um
espaço como aquele não é apenas ser um marcador de pautas. Vai muito, além
disso. O próprio nome do espaço já o conclama a ser um centro de onde se
ampliam políticas públicas e, para isso, o gestor deve estar preparado para
esta missão.
Não é possível que
um gestor de cultura não conheça minimante o Plano Nacional de Cultura, que não
seja um ativo partícipe das discussões sobre cultura, que não tenha
conhecimento e habilidade para desenvolver políticas a partir de editais
estaduais, nacionais e internacionais. Ou seja, não podemos aceitar um gestor
despreparado que apenas ocupe um cargo por indicação política e que não possua
qualquer credencial técnica para ocupá-lo.
As políticas públicas de cultura em Caicó não podem permanecer estagnadas. E o
que temos visto nos últimos anos é o retrocesso.
Exigimos do Governo do Estado o respeito que merecemos. Os artistas de Caicó
precisam ser ouvidos. Chega de assistirmos calados a indicações unicamente
políticas para cargos da gestão cultural em nossa cidade.
Precisamos avançar e
para isso temos certeza que em Caicó existem artistas capazes para ocupar a
Direção do Centro Cultural Adjuto Dias e fazer dele um verdadeiro espaço de
criação, inovação, discussão e produção, não somente para Caicó, mas para toda
a produção artística do Estado do Rio Grande do Norte.
ARTISTAS DE CAICÓ