Valdécio Fernandes - professor e colaborador da Cia. Ciranduís |
Esta
poesia nasceu de uma brincadeira.
Willi
disse: vamos parodiar a canção Saudade de Chico César e Paulinho Moska, e aí
falou:
-Vamos
compor uma música. Escreva aí:
-Saudade,
o sol brilha no açude...
Eu
abracei a ideia e comecei e divagar sobre o tema açude seco, e deu nisso.
Eita
saudade!
Willi Kesle - coordenador da Cia. Ciranduís |
Por Valdécio
Fernandes/Willi Kesle
Saudade,
O
sol brilha no açude ...
O
sol estorrica a água do açude
Seca
a terra seca
Acaba
o capim do gado
A
água escassa se afasta
Das
estacas da cerca que cerca a manga
O
brilho de calor nas telhas das casas
Define
bem a intensidade da quentura
A
fumaça no asfalto
Arranca
a pele do pé do cassaco
Que
descalço anda.
As
coivaras de garranchos secos
Já
não acoitam os preás magros
Que
fogem da mira do caçador
Aguçado
Até
o urubu
Que
antes festejava
Desistiu
de fazer seu voo mirubulante
À
procura da carniça.
O
carro-pipa atiça no sertanejo
A
esperança de uma água nova
Que
mareja dos olhos
Num
desejo de não depender
De
políticas e políticos
Que
não politizam.
Fazem
o sujeito
Viver
sujeito
Ao
sistema vigente
Que
não vigia os que necessitam.
Que
saudade do tempo em que chovia na nossa terra!
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