Em Janduís, interior do Rio Grande do Norte, foi
construída uma história de luta, resistência e persistência, através de uma
área que parece não ser muito importante e assim é tratada como opção pela
elite deste país. Só parece, porque a tratamos com muita prioridade e fazemos
aquilo que não está escrito na lei.
Olhando pro início, relembramos uma equipe de
jovens, ao som das cantigas de Ray Lima, ao lado de Junio Santos, Professor
Valdécio Fernandes Rocha, Messias Domingos, Bosco Gurgel, Benedito Jorge,
Mestre Dadá, Marcos Lima, Berg Morais, Braga, Manel de Zé Fernandes, Aurino
Santos, Carlos Lopes, Rômulo Gurgel e tantos outros, fizeram de Janduís uma
referência nacional através da cultura.
A efervescência impulsionada pelo Movimento Escambo
chamou a atenção do país em um momento de seca, criminalização, retomada da democracia
e muita fome no seco sertão do Oeste Potiguar. E tudo funcionava porque tinha
um Poder forte nas administrações de Dr. Salomão Gurgel e Zé Bezerra e Bastim
Gurgel (Fim da década de 80 e metade da década de 90).
Em meio a tantas contradições e sonhos, nasce a
Cia. Ciranduís, um grupo de meninas dançando cirandas no ano de 1989, dentro do
projeto Recriança, mais tarde sendo oficializada, em 21 de abril de 1993.
O professor Josivan Rhuann ousou em deixar a Escola
Aluízio Gurgel mais atraente, fundando a Cia. Cultural Ciranduís. Com isso
atraiu verdadeiros guerreiros da tribo Nhanduí pra um feito inédito: resistir
22 anos.
A Cia. Ciranduís que tanta ousa, ganha prêmio,
articula, sofre pressão, resiste, renova, está viva e cada vez mais forte por
receber o maior apoio que é da comunidade de Janduís.
Agora, são 22 anos, tempo em que jamais sonhávamos
alcançar. Chegamos, e agora vamos celebrar com a mesma maestria de ter
sobrevivido num espaço onde tudo era predestinado a não dar certo. Viva a arte,
viva o Escambo, viva Janduís, via a Cia. Ciranduís.
Berg Bezerra
Coordenador
Nenhum comentário:
Postar um comentário