Em menos de uma semana, articulamos uma reunião para Campo Grande com grupos da região, que fazem parte do Movimento Escambo. Tempo muito curto para grupos que sobrevivem pela força maior de seus integrantes.Alguns grupos não puderam chegar à reunião pela falta de transporte, por não terem se articulado e outros por não acreditar na possibilidade de discussão. Grande momento discutido e produzido em Campo Grande com três grupos.
Saímos de Janduís por conta própria, seis pessoas em quatro motos. Em Campo Grande buscou-se alimentação junto aos parceiros e apoiadores. Provocamos um momento de discussão rico e promissor.
Em nossas discussões sentimos que a liberdade dos artistas e grupos está na atitude de cada um. Vimos ainda como é difícil estar articulados, quando na verdade tudo é tão fácil. Todos precisam mesmo de atitude e coragem.
A tentativa de segregação dos Poderes Públicos é hipotética e ao mesmo tempo perigosa. No próprio instante que muitos lugares fogem do debate político/ideológico e usa a força covarde de severas leis, passam a formar verdadeiros crápulas e impotentes homens.
Infelizmente, são poucos os governos municipais da região que buscam trabalhar com as idéias da sociedade, dos movimentos sociais e culturais. O medo de surgir novas lideranças é visível no rosto dos pacificadores da hipocrisia.
É preciso que haja uma revolução cultural no Rio Grande do Norte. Se temos governos de esquerda que preferem ver a força do povo desarticulada, imaginem o que faria uma direta conservadora que se aproxima de nós com força e sagacidade. Refletir é preciso e quem sabe engolir o orgulho e beber da fonte que mantém o rio sempre perene.
Lindemberg Bezerra,
Artista popular da Cia. Ciranduís.
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